Quando o pastor Silas Malafaia começou a comentar a campanha presidencial deste ano, por várias vezes disse que o PT e os aliados de Dilma tentariam enganar os evangélicos de novo, como fizeram em 2010.
Com o crescimento do nome de Marina Silva (PSB) nas pesquisas, os apoiadores de reeleição de Dilma Rousseffdecidiram novamente tentar conquistar o chamado “voto evangélico”, considerado decisivo em caso de segundo turno.
Depois de montar seu fracassado “comitê evangélico”, os petistas agora apelam para a estratégia comum em tempo de campanha de contentar a todos.
Ao mesmo tempo que critica Marina, tentando colocar nela o rótulo de “fundamentalista” por ela ser evangélica, o PT agora quer defender uma antiga luta dos evangélicos no Congresso, a chamada Lei Geral das Religiões.
Trata-se de um projeto de 2009 que já foi aprovado pela Câmara e está há mais de um ano parado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Se até agora Dilma não dera sinais que tinha interesse no assunto, tudo mudou quando decidiu começar a atacar frontalmente Marina Silva. Por isso, está pedindo urgência à proposta, que possivelmente ganhará prioridade de votação ainda antes das eleições.
A Lei Geral basicamente concede às igrejas evangélicas os mesmos benefícios concedidos pelo governo à Igreja Católica desde a assinatura de um acordo feito com o Vaticano em 2008. Inclui diversos benefícios tributários a instituições religiosas que tiverem conhecida ação social. Ao mesmo tempo oferece proteção especial para as igrejas, pois os fiéis que trabalharem voluntariamente não poderiam alegar vínculo empregatício e entrar com ações trabalhistas. Também evitaria processos de desapropriação e penhora dos bens das igrejas.
Se o PT espera agradar as lideranças evangélicas, que em sua maioria estão divididas em seu apoio entre pastor Everaldo e Marina, cai em contradição ao tentar acelerar outra lei. Com o recuo de Marina na questão do casamento gay, Dilma partiu para o ataque e passou a defender a criminalização da homofobia. “Sou contra qualquer forma de violência contra pessoas. No caso especifico da homofobia, eu acho que é uma ofensa ao Brasil… Acho que a gente tem que criminalizar a homofobia, que não é algo com o que a gente pode conviver”.
Ou seja, de uma forma dúbia, Dilma tenta afagar os evangélicos de um lado, enquanto procura a aprovação de forma velada da PL 122, que é amplamente combatida pela bancada evangélica em Brasília há anos.
No ano passado, o próprio PT (autor do projeto) o engavetou temendo perder o apoio dos evangélicos na eleição este ano. Caso venha a ser aprovado, na prática, qualquer evangélico ou igreja que ensinar que homossexualidade é pecado ou fazer críticas a esse estilo de vida será responsabilizado juridicamente e poderá inclusive ser preso.
Fonte: Gospel Prime
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