Com a morte de Eduardo Campos, Marina Silva se viu lançada no centro de uma disputa acirrada pelos votos em uma eleição que parecia já estar decidida meses antes do pleito. Como ela figurou na primeira pesquisa na frente de Aécio e com chances reais de vencer Dilma no segundo turno, obviamente boa parte da mídia voltou os olhos para ela.
Assim como aconteceu em 2010, um dos primeiros adjetivos que se usam quando se fala em Marina é “evangélica”. Afinal, sendo missionária reconhecida pela Assembleia de Deus, ela e pastor Everaldo não tem como fugirem de cobranças abertas por causa de sua religião.
Porém, ela não concorre sozinha. De acordo com o jornal O dia, o escolhido pelo PSB para ser vice dela foi o gaúcho Beto Albuquerque, 51 anos. Católico, é um crítico do uso da religião na política e sabidamente defende os direitos dos gays, sendo favorável ao aborto nos termos legais. Uma postura que contraria muitas das expectativas dos eleitores evangélicos e católicos conservadores.
Em termos políticos, Beto é considerado um progressista e sua escolha é claramente uma tentativa de equilibrar a imagem de ‘radical’ de Marina. Se para o público em geral essas questões sejam de menor importância, boa parte da imprensa tem insistido em lembrar o aspecto religioso da candidatura dela. Curiosamente, Marina não toca tanto no assunto e justamente por isso acabou sendo criticada em 2010 por várias lideranças evangélicas.
Estranhamente, já está sendo veiculado por diversos jornais e portais de internet a tentativa do PT de colar em Marina o rótulo de “conservadora” e “fundamentalista”, justamente por ela ser evangélica. Somente o tempo dirá se esse tipo de ataque terá influência nas urnas e estranhamente vem de um partido querecentemente criou um “comitê evangélico” para tentar se aproximar desse segmento.
Embora tenha sido vista recentemente em cultos da Assembleia de Deus e da Universal, Dilma perdeu vários aliados evangélicos que estavam com ela em 2010 justamente por ter traído um compromisso de que não mudaria a legislação sobre o aborto e o casamento gay. Dois anos após sua eleição, a petista ignorou o acordo e seu partido ainda fez perseguição política ao ex-aliado deputado Marco Feliciano quando este assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Fonte: Gospel Prime
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