sexta-feira, 27 de julho de 2012

PORQUE TANTOS CASAIS CRISTÃOS SEPARAM-SE?


Escrito por Gedson Lidório   
Sex, 02 de Outubro de 2009 11:20
Nesta quarta-feira, dia 30 de setembro, tive o privilégio de estudar este tema com o grupo liderado pelo querido irmão Ximenes. Ele, dias antes, havia me feito tal pergunta e revelou-me que gostaria de buscar a resposta: porque tantos casais cristãos têm se divorciado?
Iniciei o estudo perguntando aos casados e solteiros ali presentes, quais as principais causas de separação entre casais, de forma geral, quer dizer, mesmo não sendo cristãos. As respostas obtidas foram as mesmas que sempre são ditas: problemas financeiros, infidelidade, várias outras até chegar à famosa “incompatibilidade de gênios”.
Em segundo lugar passei a falar um pouco do ponto de vista psicanalítico, citando alguns problemas que podem levar à separação. Em outro artigo escreverei sobre estes problemas, dando alguns exemplos. Citando isso, pedi que esquecêssemos o que for doença, seja psíquica ou física, e que nos detivéssemos na questão moral e espiritual.
Indo avante em nosso estudo, pedi então que buscássemos definir o que é pecado. Daí, precisamos fazer a diferença entre atos pecaminosos, frutos da natureza carnal, e o pecado em si. Buscamos, ali, a essência do pecado, assim por dizer. Perguntei qual foi esta essência em Lúcifer e de Adão/Eva e todos concordaram que teria sido o egoísmo, ajudado por fatores como vaidade, orgulho e outros. Lúcifer não se conformou em ser o maioral entre os Arcanjos, faltava algo, ser maior que o próprio Deus. Depois que foi expulso buscou tentar Adão e Eva do mesmo jeito, despertando o primeiro desejo consumista do ser humano, o desejo de poder, fama ou maiores riquezas, neste caso, a intelectual e moral, de serem iguais a Deus, pelo menos.
A essência do pecado, espiritualmente falando, que coincide com a essência do crime, do ponto de vista subjetivo, é a falha do Ego em administrar a busca de satisfação dos desejos internos. Costumo denominar esta administração, do ponto de vista neutro, sem pensar em pecado, como “egoministração”, que aqui seria uma tarefa do ego, buscando o equilíbrio entre satisfazer aos instintos naturais e às sanções impostas pela vida e sociedade, pelas leis físicas, biológicas, químicas, psíquicas, morais, sociais e enfim, englobando tudo, espirituais. Quando o ser humano falha na “egoministração”, deixando aparecer a doença do ego no lugar, isto é , o “egoísmo”, então há o pecado, que, assim, é aquilo que a pessoa, no uso de sua razão, faz ou deixa de fazer, agredindo a si mesmo, ao próximo, à natureza, aos animais ou a Deus. A palavra “chata” (pecado), em hebraico, significa literalmente “errar o alvo”.
Não é à toa que Deus, ao dar os dez sinais de trânsito pela vida, que resumem todas as placas de aviso de como andarmos neste mundo sem agredir a si mesmo, ao próximo, à natureza, aos animais ou a Deus, os dividiu em placas de aviso de como não agredir a si mesmo e ao próximo no total de seis e de como não agredir a Deus no total de quatro. Um catecismo que estudei quando criancinha, na ED (Escola Dominical), responde, em palavras atualizadas, digamos, que “pecado é toda a falta que praticamos por não prestar atenção ou não obedecer às placas sinalizadoras que Deus bondosamente deixou fincadas na estrada da vida” (literalmente: pecado é toda falta de conformidade com a lei de Deus). Quer dizer, Jesus ainda resumiu o resumo, deixou claro que os dez se resumem em amar ao próximo como a si mesmo e amar a Deus. Quer dizer a palavra chave aí é AMAR. Toda a lei e os profetas, toda a Bíblia, no sentido de mandamento, se resumem nesta palavrinha: AMOR.
De modo geral, podemos dizer, então, todo pecado é uma agressão a mim mesmo, ao próximo, à natureza, aos animais, a Deus e assim vai. Portanto, o antídoto ao pecado seria o ego conseguir “egoministrar” os desejos e anseios pessoais sem deixar o “egoísmo” agir. Isto requer RENÚNCIA e, acredito, RENÚNCIA é a essência do AMOR em ação contra o pecado.
Se o amor, em seu sentido mais sublime, é coroado pela renuncia, então AMOR é a negação do EU e a doação de si mesmo ao próximo.
Aplicando mais ainda: o amor é vivenciado com ações de renúncias pessoais, principalmente aquelas em que o “renunciante” teria direitos. Quer dizer, amar é também abrir mão de cobrar por direitos pessoais para ajudar o outro a prosseguir feliz.
Jesus ensinou a ganhar através da perda enquanto o mundo ensina que somente há ganho quando não se perde pessoalmente. Para entender melhor este ponto é somente lembrar que Cristo disse isto em outras palavras:
- Se um soldado romano, que tem direito por lei, obrigá-lo a andar uma milha, faça mais que a lei manda, ande duas para ajudá-lo.
-Se alguém entra em demanda contigo dizendo que o paletó que usas é dele, entregues não somente o paletó, mas a camisa também.
-Se uma pessoa bater em uma face oferece a outra. Quer dizer, não tenha medo de perdoar e envolver-se com a pessoa, para o seu bem, mesmo correndo riscos.
Por outro lado Jesus nunca ensinou irresponsabilidade, colocar nossa vida ou da família em risco de forma desnecessária. Ao contrário, nos disse para sermos símplices como pombas, mas prudentes como as serpentes.
Bem, a última parte do estudo, antes da oração, foi levar as pessoas ali a pensarem no que mais tem reclamado de seu cônjuge. Principalmente aquilo que mais aborrece, que tem direitos a cobrar, onde seu cônjuge tem falhado feio. E faço a mesma pergunta agora, para exercício, a vc que lê estas linhas. Se tem tempo, faça uma lista de tudo aquilo em que vc se sente roubado pelo seu cônjuge, que vc tem direito a cobrar; para ficar melhor, faça uma lista do que vc deve e precisa renunciar a algo para dar lugar ao altruismo de I Coríntios 13.
Qual a renúncia que vc terá que fazer, ou quais as dezenas de renúncias que terá de fazer nos próximos dias para ficar quites com as placas que sinalizam nosso caminhar nesta vida? A lista que tenta vir em sua mente, dos defeitos e dívidas do outro, incorpore como fatos que exigem de vc a renúncia também.
Agora tentemos responder á pergunta do amigo e irmão Cel. Ximenes:
PORQUE TANTOS CASAIS CRISTÃOS SEPARAM-SE?
Porque o “egoísmo” que tenazmente nos envolve é tão forte que, ao invés de renunciar, perder um pouco de alguma coisa, aceitar ter menos prazer em outra, buscamos de tal forma a satisfação pessoal que, enquanto o OUTRO estiver nos ajudando nisto, estará conosco, mas quando não ajudar mais, QUE SE DANE!
MAS, ISTO NÃO É AMOR!

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